quarta-feira, 31 de março de 2010

Subsídio da Lição 1 da Escola Dominical (Cpad)

JEREMIAS, O PROFETA DA ESPERANÇA
Texto Áureo: Jr. 1.7 - Leitura Bíblica em Classe: Jr. 1.1-10.



Objetivo: Mostrar que a missão do homem e da mulher de Deus é inegociável. Por serem chamados para cuidar dos interesses do Senhor, não podem se eximir da proclamação da Palavra, fazendo-o com dedicação e coragem.

INTRODUÇÃO
Nas próximas 13 semanas estudaremos a mensagem profética de Jeremias. Numa época marcada pelo desespero, Jeremias se revela, mesmo em meio ao caos, como o profeta da esperança. As lições serão as seguintes: 1) Jeremias, o profeta da esperança; 2) os perigos do desvio espiritual; 3) anunciando ousadamente a Palavra de Deus; 4) chorando aos pés do Senhor; 5) o poder da intercessão; 6) a soberania e a autoridade de Deus; 7) o cuidado com as ovelhas; 8) o poder da berdadeira profecia; 9) esperando contra a esperança; 10) o valor da temperança; 11) a excelência do ministério; 120 a opção pelo povo de Deus; e 13) esperança na lamentação. Na lição de hoje, trataremos a respeito da vocação do profeta Jeremias.

1. JEREMIAS, O LIVRO E O PROFETA
O livro de Jememias, cujo nome significa “O Senhor é Alto”, tem como tema central: a mensagem de arrependimento e retorno para o Senhor antes que o julgamento chegue. O versículo-chave se encontra em Jr. 3.22: “Voltai, ó filhos rebeldes, eu curarei as vossas rebeliões. Eis-nos aqui, vimos a ti; porque tu és o Senhor nosso Deus”. Ele exerceu o ministério profético entre os anos 626 a 586 a.C. Ele nasceu em Ananote, a uns cinco quilômetros, à nordeste de Jerusalém, numa família de sacerdotes. Seu livro é composto por uma coletânea de sermões pregados durante 20 anos. Como os demais profetas bíblicos, Jeremias experimentou a impopularidade em toda a sua intensidade. A mensagem de Jeremias é dramática, repletas de denuncias contra o pecado e advertências quanto ao juízo iminente. O livro não contém uma estrutura lógica, por isso, é difícil sistematiza-lo. Na tentativa de esboçá-lo, apontamos: A missão de Jeremias (1-10), a violação da aliança (11-20), a aproximação do julgamento (27-29), a nova aliança (30-33) e a queda de Jerusalém (34-42). Esse é um livro extramente pessoal, pois nele Jeremias relata sua experiência profunda com o Senhor. Jeremias é um profeta malvisto tanto pelo poder religioso quanto político da sua época. Por esse motivo, os poderosos articularem, sem sucesso, várias estratégias a fim de desqualificá-lo enquanto profeta do Senhor.

2. A VOCAÇÃO PROFÉTICA DE JEREMIAS
Ainda na juventude, por volta dos 16 a 20 anos, Jeremias foi chamado pelo Senhor para profetizar. Ele vinha de uma família sacerdotal, seu próprio pai, Hilquias, havia sido sacerdote (Jr. 1.1). Esperava-se que Jeremias, seguindo essa linhagem, também viesse servir diante do altar. Mas o Senhor o chamou para ser profeta, e provavelmente, Jeremias sabia da responsabilidade imposta, por isso, evitou acatar essa vocação de imediato. Ser sacerdote é bem mais cômodo do que ser profeta. O ministério sacerdotal costuma ser previsível, pois o sacerdote precisa apenas cumprir os rituais do culto. Mas o profeta jamais sabe o que o Senhor vai colocar na sua boca, o que terá de anunciar. O sacerdote costuma estar preocupado com o passado, para que as tradições sejam preservadas. O profeta, por sua vez, se volta para o futuro, a fim de conduzir o povo para a direção correta. O sacerdote costuma se voltar para as práticas exteriores, enquanto que o profeta se dedica a levar o povo à transformação interna, das intenções do coração. O profeta, como aconteceu com Jeremias, não fala de si mesmo, mas da Palavra do Senhor que a ele vem (Jr. 1.2). O Senhor testemunhou que o havia escolhido ainda no ventre da sua mãe (v. 5) para o ministério profético. Por isso, ainda que ele relutasse (v. 6,7), não havia outra opção senão dobrar-se perante a Palavra do Senhor. Jeremias estava temeroso por causa da responsabilidade profética, o Senhor, contudo, o advertiu para que não tivesse medo. Esse sentimento pode levar as pessoas a deixarem de assumir as atitudes necessárias. Quantas pessoas não ficam paralizadas devido ao medo de que algo de mal venha a acontecer? Não temas Jeremias, disse o Senhor ao profeta. Essa mesma mensagem se aplica aos cristãos temerosos de hoje, que hesitam em se posicionar em conformidade com a Palavra de Deus, com receio de serem politicamente incorretos.

3. A POSTURA PROFÉTICA DE JEREMIAS
O Senhor se dirigiu Jeremias do mesmo modo que o fez com Josué (Dt. 31.6-8; Js. 1.6-9), anulando seu medo paralizante (Jr. 1.17-19). Esse receio é destruído por meio da fé, sem qual ninguém se posicionar profeticamente, o que também se constitui em pecado (Rm. 14.23). O cristão recebe, do Senhor, a direção para que permaneça firme (Ef. 6.14). Deus prometeu estar presente com ele em todas as circunstâncias, mesmo diante das mais adversas (Jr. 1.8). A vitória espiritual, portanto, não vem do homem, mas de Deus. Não podemos alegar limitações pessoais para desempenhar o ministério profético (Jr. 1.19). Sendo assim, o profeta deveria cingir os seus lombos, dispor-se e dizer ao povo tudo o que o Senhor lhe mandasse (Jr. 1.17). Deus dá, então, uma visão ao profeta a fim de fundamentar sua fé. Ele pergunta: “Que é que vês, Jeremias? E eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la”. Deus faz um jogo de palavras, pois, em hebraico, amendoeira é “saqued”, já que responde com “soqued”, que significa “velar”, dizendo, “eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr. 1.11,12). A postura profética da igreja não se encontra nos méritos humanos, na verdade, apesar das suas limitações, ela é coluna e baluarte da verdade (I Tm. 3.15). Por isso, diante das oposições, sejam elas religiosas ou políticas, cabe a esta, a tarefa de denunciar, com amor, as práticas que se opõem à Palavra de Deus.

CONCLUSÃO
Jeremias é o profeta da Esperança e figura o papel da igreja cristã no contexto moderno. A sociedade contemporânea perdeu o norte, não sabe mais para onde está caminhando. Por desconhecer ao Deus Vivo e Verdadeiro, segue a esmo, tomada pela angústia. Mas ainda há esperança, e essa se encontra no Senhor, que se revela em Sua palavra. Somente assim “há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos” (Jó. 14.17). Cientes dessa verdade, nós, os cristãos, não podemos viver como os demais, que não têm esperança (I Ts. 2.16).

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.
autor: Pb. José Roberto A. Barbosa

fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

terça-feira, 23 de março de 2010

Subsídio da Lição 13 da Escola Dominical (Cpad)

SOLENES ADVERTÊNCIAS PASTORAIS
Texto Áureo: II Co. 13.5 - Leitura Bíblica em Classe: II Co. 12.19-21; 13.5,8-11.



Objetivo: Mostrar que uma das responsabilidades pastorais é disciplinar a igreja com amor, a fim de que esta se desenvolva espiritualmente sadia.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje, trataremos a respeito da intenção de Paulo de visitar Corinto. Para essa visita, ele ameaça tomar providências disciplinares contra aqueles que se opõem ao evangelho de Cristo. Em seguida, discorreremos sobre algumas advertências e saudações do Apóstolo para os coríntios. Ao final, meditaremos a respeito da benção apostólica, destacando seu valor para a igreja.

1. PROVIDÊNCIAS DISCIPLINARES
Paulo pretende visitar os coríntios pela terceira vez, e, como conseqüência desta, tomará as medidas disciplinares cabíveis contra aqueles que se opõem ao evangelho de Cristo (Mt. 18.16). Para tanto, apelará para as testemunhas a fim de consolidar sua reprimenda contra os falsos líderes (II Co. 13.1; Dt. 19.15; Jo. 8.17; I Tm. 5.19; Hb. 10.28; I Jo. 5.8). O Apóstolo objetiva, com este aviso, provocar mudanças no comportamento dos seus ofensores. Na carta severa, escrita por Paulo anteriormente, ele já havia dito, e agora, repete, que não os poupará quando chegar a Corinto (II Co. 12.2). Ele diz também que vai prover as provas necessárias contra aqueles que descredenciam seu ministério. Paulo assume que Cristo havia operando entre os coríntios, por meio dEle, realizados sinais que reforçavam seu apostolado (II Co. 12.3,12; Rm. 15.18,19). Aqueles que querem transformar o evangelho numa ostentação de poder, de riqueza e sabedoria, precisam saber que Cristo foi crucificado em fraqueza. Do mesmo modo, os obreiros do Senhor, ainda que fracos, viverão com Ele, pelo poder de Deus (II Co. 13.4). Consoante ao exposto, os obreiros devem avaliar se de fato estão na fé, ou se estão apenas servindo a si mesmos. Há obreiros que estão diante das igrejas, mas que não têm compromisso têm com o senhorio de Cristo. Quando forem avaliados por Deus, na eternidade, serão reprovados (II Co. 13.5). Mas Paulo sabe a quem está servindo, e tem as motivações corretas. Ele espera que os coríntios reconheçam essa verdade, pois sua posição espiritual comprova que seu apostolado é genuíno. Embora não tivesse uma aparência atrativa, como os líderes opositores, ele sabe que é aprovado pelo Senhor (II Co. 13.7). A reprovação dos falsos obreiros, contra Paulo, não estava fundamentada em critérios espirituais. Ainda hoje, quem está na verdade nada tem a temer, pois nada podemos contra a verdade, que é o evangelho, senão em favor da própria verdade (II Co. 13.8). O poder de Deus, conforme revelou o Senhor ao Apóstolo, através do espinho na carne, se manifesta na fraqueza (II Co. 12.7-10; 13.8,9). Por esse motivo, seu objetivo maior, nessa epístola, não é a destruição dos crentes, mas evitar que, em sua futura visita, fosse necessário usar de rigor, segundo a autoridade que o Senhor lhe conferiu (II Co. 13.10). Verdadeiramente, uma igreja instruída na Palavra de Deus, dá menos trabalho para o seu obreiro.

2. ADVERTÊNCIAS E SAUDAÇÕES
Paulo conclui sua Segunda Epístola aos Coríntios com uma série de exortações e saudações. A princípio, saúda aos irmãos, desejando-lhes que se alegrem no Senhor. Ao rejeitarem o falso evangelho, os crentes poderiam, então, aperfeiçoarem-se e consolarem-se, e, principalmente, viver em paz, pois o Deus de amor e paz estaria com eles (II Co. 13.11). Recomenda também que os irmãos saúdem-se uns aos outros com ósculo santo, isto é, com um beijo. Essa era (e ainda é) uma saudação comum entre os povos daquela região. O diferencial estava na qualidade desse ósculo, que não deveria ter qualquer conotação sexual, mas um tratamento de santidade (II Co. 13.12). As saudações cristãs não podem ser fingidas, por isso, mesmo “a paz do Senhor”, precisa partir do íntimo de um coração moldado pelo evangelho de Cristo. Somente assim é possível desfrutar da verdadeira paz, aquela proveniente do fruto do Espírito, prometida por Jesus, e que o mundo não conhece (Gl. 5.22; Jo.14.27). Essa paz de Deus, que excede a todo e qualquer entendimento, deva ser cultiva pelos membros da igreja do Senhor (Ef. 2.14-17; 4.3).

3. A BENÇÃO APOSTÓLICA
Para concluir a Epístola, Paulo impetra, sobre os seus leitores (ouvintes), uma benção. Essa é digna de atenção especial por causa da sua formula tríplice, aludindo, diretamente, ao Pai, o Filho e ao Espírito Santo, que são mencionados explicitamente. A graça do Senhor Jesus Cristo, isto é o favor imerecido de Deus em prol dos pecadores; o amor de Deus, o qual nos reconciliou por intermédio de Cristo a fim de que pudéssemos viver em Paz; e a comunhão do Espírito Santo, a koinonia, a participação do Espírito seja desfrutada por todos os membros, para a unidade da igreja.

CONCLUSÃO
Chegamos ao final de mais um trimestre da Escola Bíblica Dominical. A CPAD nos brindou, mais uma vez, com uma série de lições expositivas, que favorecem o estudo integral e contextualizado de um livro bíblico. No próximo trimestre, nos voltaremos para o Jeremias. A mensagem deste profeta tem muito a nos dizer nos dias de hoje, aguardamos, com temor e tremor, o início do próximo trimestre, e que o Senhor seja conosco, professores da EBD, na ministração das lições aos nossos alunos.

BIBLIOGRAFIA
HORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.

autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

sexta-feira, 19 de março de 2010

Subsídio da Lição 12 da Escola Dominical (Cpad)

VISÕES E REVELAÇÕES DO SENHOR
Texto Áureo: II Co. 12.1 - Leitura Bíblica em Classe: II Co. 12.1-4,7-10,12.


Objetivo: Instruir a igreja quanto às experiências espirituais, destacando que essas, além de não serem credenciais do apostolado genuino, devam ser respaldadas pela Palavra de Deus.

INTRODUÇÃO
Os falsos apóstolos de Corinto argumentavam, contra Paulo, que esse não tinha recebido visões do Senhor, uma credencial considerada relevante para eles. Na lição de hoje, o Apóstolo, devido à exigência da situação, narra, com modéstia e sutileza, as visões e revelações que teve do Senhor. Em seguida, mostra que, para que ele não se vangloriasse delas, o Senhor lhe pôs um espinho na carne. Ao final, destacaremos o caráter altruísta do ministério apostólico de Paulo.

1. VISÕES E REVELAÇÕES
Não convém a Paulo se gloriar, por isso, ele o faz constrangido, devido às exigências da situação. É nesse contexto que o Apóstolo resolve repassar as visões e revelações que recebeu do Senhor. A primeira, e certamente a mais importante delas, ocorreu na estrada de Damasco, quando Paulo se encontrou com o Senhor Jesus (II Co. 12.1; At. 22.6-11). Posteriormente, Paulo teve uma visão do homem da Macedônia que o chamou para ajudar (At. 16.9,10). O próprio evangelho que Paulo pregava, conforme ressaltou aos crentes da Galácia, lhe havia sido revelado (Gl. 1.12), bem como as revelações escatológicas provenientes de Deus (Ef. 3.3-5; I Co. 2.9,10; I Ts. 4.15). Certamente Paulo teve outras revelações do Senhor, mas resolve destacar uma para confrontar seus opositores. Narra que, há quatorze anos, um homem, referindo-se a ele mesmo, mas utilizando-se de modéstia, que havia sido arrebatado até ao terceiro céu. É digno de destaque que Paulo utiliza, aqui, o mesmo verbo grego harpazo de quando se refere ao arrebatamento da igreja (I Ts. 4.17). Talvez, por isso, o Apóstolo não tenha certeza se esse arrebatamento se deu no corpo ou fora dele. Ao ser levado para o paraíso, Paulo ouviu palavras inefáveis, as quais não são lícitas ao homem referir. Com essa restrição, o Apóstolo ressalta a natureza sacra da revelação, e, provavelmente, algo que apenas a ele dizia respeito, ou, talvez, que fosse impossível se ser descrito em palavras (II Co. 3,4). Fato é que ele não quer parecer presunçoso em relação às suas visões e revelações, pois não pretende se vangloriar delas. Ao invés de se gloriar das visões e revelações, Paulo prefere se gloriar das suas fraquezas, isto é, em ser um tesouro em vaso de barro (II Co. 4.7; 11.30; 12.5,6).

2. O ESPINHO NA CARNE
Para que ele não se ensoberbecesse com a grandeza das revelações, foi-lhe posto um espinho na carne. Paulo expõe aos seus adversários suas limitações, destacando que, para que ele não viesse a se gloriar das visões e revelações que recebeu, veio-lhe um mensageiro de Satanás, para esbofeteá-lo, a fim de que ele não se exaltasse. Muitas são as controvérsias a respeito do que seria o espinho na carne de Paulo, mas todas as afirmações não passam de especulações teológicas. É mais provável, ainda que não seja passível de comprovação bíblica, que o Apóstolo teria algum problema físico nos olhos (II Co. 12.7; Gl. 4.15). Paulo pediu três vezes ao Senhor para que afastasse esse espinho, mas a resposta foi negativa, ainda que encorajadora: a minha graça de basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. Os falsos apóstolos, e os superpastores contemporâneos, vestem uma carapuça de indestrutibilidade. Investem tão maciçamente na aparência que ocultam suas fragilidades. Há pastores que criticam o rebanho por exigir demais deles, mas não percebem que são eles mesmos os culpados, pois criam uma áurea que fazem com que as pessoas acreditem que são perfeitos. Diferentemente desses, Paulo consegue conviver com suas fragilidades, sabe lidar com elas, já que o Senhor lhe revelou que é através delas que o Seu poder se aperfeiçoa. Somente aqueles que foram feridos são capazes de entender as dores do outro. Apenas aqueles que reconhecem suas fragilidades poderão ser fortalecidos pelo Senhor. Diante dessa verdade espiritual, o Apóstolo dos Gentios prefere antes se gloriar nas fraquezas, para que, sobre ele, repouse o poder de Cristo (II Co. 12.8-10).

3. ALTRUÍSMO MINISTERIAL
O ato de gloriar-se, por causa das exigências da igreja de Corinto, é reconhecido, pelo próprio Paulo, como uma insensatez. Os crentes daquela cidade o constrangeram a fazer tal coisa. Ele preferia que os irmãos tivessem sensibilidade espiritual suficientes para ver as credenciais do Apóstolo (II Co. 12.11). Os coríntios tiveram ampla oportunidade de testemunharem as credenciais apostólicas de Paulo. Se eles tivessem comparado suas credenciais com as dos seus opositores, notariam que em nada ele seria inferior (II Co. 12,13). Paulo pretende, mais uma vez, ir a Corinto, para rever os irmãos, e adianta: “não vos serei pesado, pois não vou atrás de vossos bens, mas procuro a vós outros”. Como pai espiritual daquela igreja, deveria ser Paulo, e não os coríntios, que deveria prover o sustento (II Co. 12.14). De modo que, agindo como pai, se dispõe, de boa vontade, a se gastar, e não só isso, a se deixar gastar em prol das almas dos crentes. O verbo “gastar”, tanto em português como em grego, dá idéia de dispensar dinheiro. Paulo o utiliza tanto na voz ativa quando na passiva. Ele estava disposto a sacrificar sua vida em prol da salvação dos crentes. Paradoxalmente, há obreiros que não mais se gastam pelas ovelhas, tomados pelo comodismo, evitam o contato com problemas. Eles se colocam como as primeiras pessoas depois delas mesmas. Ao invés de irem atrás de suas ovelhas, esperam, comodamente, que elas cheguem até eles (II Co. 12.15). Paulo, diferentemente desses, se gasta, e, a todo custo, evita ser pesado aos irmãos da igreja. Ele justifica que a ninguém explorou, antes agiu em amor, com altruísmo e integridade (II Co. 12.16-18). A proposta central do seu ministério não é a exaltação própria, a posição eclesiástica, investir em contatos que lhe abram caminhos para auferir lucros ou poder, mas a edificação da igreja (II Co. 12.19). Na terceira visita que pretende fazer àquela igreja, espera não encontra-los na mesma condição na qual se encontram: com contendas, invejas, iras, porfias, detrações, intrigas, orgulho e tumultos.

CONCLUSÃO
O líder verdadeiramente espiritual não ostenta glória própria. A motivação central do seu ministério é a salvação das almas. Suas atitudes são respaldadas, prioritariamente, pelo amor cristão. A fim de que tenha bom êxito nessa empreitada, ele sacrifica seus interesses e evita se tornar um fardo para os crentes. E, ao invés de se gloriar em visões e revelações, algumas delas biblicamente questionáveis, não tem receio de gastar-se por amor aos crentes, sendo esta sua principal credencial. Ele não é um superobreiro, mas alguém normal, e como qualquer cristão, tem seu “espinho na carne”. E estes, na verdade, servem para que a graça de Deus superabunde, para que o Seu poder se aperfeiçoe na fraqueza.

BIBLIOGRAFIA
HORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.

autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

terça-feira, 2 de março de 2010

Subsídio da Lição 10 da Escola Dominical (Cpad)

A DEFESA DA AUTORIDADE APÓSTOLICA DE PAULO
Texto Áureo: II Co. 1.1 - Leitura Bíblica em Classe: II Co. 10.1-8,17,18.


Objetivo: Ressaltar que sem a autoridade ministerial recebida do Senhor, jamais será possível desempenhar com eficácia o serviço cristão.

INTRODUÇÃO
Conforme temos estudado ao longo das lições do trimestre, Paulo sofreu forte oposição na cidade de Corinto. Nesses últimos capítulos da Segunda Epístola, o Apóstolo dos Gentios faz uma defesa veemente do seu ministério. Estudaremos, na aula de hoje, a petição de Paulo em relação ao seu apostolado, em seguida, destacaremos sua autoridade perante as críticas que recebeu em Corinto, e, ao final, atentaremos para as credenciais apostólicas de Paulo.

1. UMA PETIÇÃO APOSTÓLICA
Paulo inicia essa seção da epístola rogando aos irmãos pela mansidão e benignidade de Cristo. (II Co. 10.1). A solicitação apostólica está fundamentada na demonstração que Cristo deu da sua mansidão (Mt. 11.29). Essa é uma virtude sublime, constando, também, na relação dos elementos do Fruto do Espírito (Gl. 5.22). A benignidade se encontra no mesmo rol, a qual, no contexto da epístola, significa bondade e brandura. Assim acontecendo, Paulo não precisará ser ousado quando visitar os coríntios, ainda que esse reconheça fazê-lo caso seja necessário (II Co. 10.2). Tal atitude é justificada porque Paulo não está militando na carne. Ele não depende dos sofismas humanos, seu ministério está fundamentado no poder de Deus (II Co. 10.3). As armas da milícia de Paulo não são carnais, mas poderosas em Deus, para destruir as fortalezas (II Co. 10.4; Ef. 6.14-18). A proclamação do evangelho genuíno é a arma poderosa do Apóstolo (I Co. 1.17-25; 2.11-5; II co. 4.1-6; Rm. 1.16). A palavra de Deus é potente para destruir toda altivez que levante contra o conhecimento de Deus. O argumento do cristão é a verdade do evangelho de Cristo, pois esse foi meio que Deus utilizou para a salvação humana (I Co. 1.19; Rm. 1.16). A proclamação do genuíno evangelho de Cristo deva ser feita não com base em argumentos falaciosos e interesseiros, mas em submissão à Palavra, levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo (II Co. 10.5). Esse evangelho também é a base para disciplina da desobediência na igreja. O obreiro que se respalda na Palavra, ao invés de em experiências pessoais, tem respaldo e autoridade sobre a igreja.

2. AUTORIDADE APÓSTOLICA PERANTE AS CRÍTICAS
Nos versículos de 7 a 11 desse capítulo, Paulo responde às críticas dos coríntios. O Apóstolo conclama os crentes para que observem o que está evidente, isto é, para que vejam o que é óbvio. Se alguém confia em si mesmo quanto ao seu pertencimento em Cristo, deva avaliar sua condição à luz da Palavra de Deus, Cristo. A base da autoridade de Paulo está em seu comissionamento, proveniente do Senhor (II Co. 10.6). Não veio dele mesmo, mas de Jesus lhe conferiu essa responsabilidade, não para a ostentação, mas para a edificação, não para a destruição, mas para que os crentes crescessem na fé em Cristo (II Co. 10.7). Paulo tinha consciência da sua missão, de que era um embaixador de Cristo (II Co. 5.7). A consciência do Apóstolo se revelava em sua capacidade de distinguir o que o Senhor o havia revelado das suas opiniões pessoais (I Co. 7.10,25; II Co. 11.17). Com essa expressão, Paulo não quer parecer que escreveu essa carta para intimidar os crentes (II Co. 10.9). Essa era uma resposta àqueles que argumentavam que Paulo era contundente e agressivo em suas epístolas, mas de presença pessoal fraca. De fato, de acordo com os historiadores, Paulo era um homem de pequena estatura, calvo e de pernas tortas, troncudo, de sobrancelhas cerradas e nariz meio torto. Pelas descrições históricas, o Apóstolo não tinha uma presença física que possibilitasse autoridade e carisma, mas tinha a Palavra de Deus e havia sido escolhido por Deus para proclamá-la (I Co. 2.1-2). Algumas igrejas evangélicas modernas seguem esse caminho de Corinto. Ao invés de valorizarem obreiros que falem a Palavra, deixam-se levar pelas aparências (II Co. 10.10). Ainda que sejamos tesouros em vasos de barro, em carta ou em presença física, é em consonância com a Palavra, que temos autoridade da parte do Senhor para proclamar, com ousadia, a mensagem do evangelho de Cristo (II Co. 10.11).

3. AS CREDENCIAIS DO APÓSTOLADO DE PAULO
Paulo, diferentemente dos seus acusadores, evita comparações com outros, principalmente a fim de menosprezá-los. Essa era uma prática comum entre os falsos mestres de Corinto, que investiam no louvor próprio, uma atitude insensata (II Co. 10.12). Ao invés de viver fazendo comparações, Paulo se dedicava ao trabalho que devia ser feito e esperava que o Senhor julgasse as suas realizações (II Co. 10.13) e que o aprovasse, já que o obreiro e suas obras são avaliados por Deus (Rm. 16.10). Do mesmo modo, os obreiros dos dias de hoje devam estar preocupados, não no que é preciso dizer deles mesmos, mas no que o Senhor tem a dizer a respeito deles (I Co. 4.1-5). Os obreiros da igreja devam seguir o exemplo de Paulo e evitar fazerem comparações e jactarem-se dos seus feitos. O marketing pessoal passou a fazer parte do círculo evangélico e naturalizou-se de tal modo que os crentes acham normal o espírito de jactância de determinados obreiros. A política eclesiástica, em alguns casos, beira ao maquiavelismo, alguns “obreiros” fazem de tudo para não perderem o poder. Ficam paranóicos somente em pensar que serão postas em situações de risco. Puxam o tapete de quem se aproximar, receosos de perderem a posição. Mas o genuíno obreiro do Senhor não entra nessas disputas humanas, pois se dedica a manejar bem a Palavra da Verdade, por meio da qual será julgado (II Tm. 2.15). Seu compromisso com a Palavra de Deus é a sua principal credencial. Não importa o que os outros digam dele, contanto que o Senhor o aprove, pois é dEle a Palavra final.

CONCLUSÃO
É bem provável que alguns obreiros sérios, a semelhança de Paulo, não recebam a aprovação humana. Como ele, também sejam incompreendidos e até tachados de radicais ou conservadores. Mas diante do Senhor, receberão as palavras de conforto: bem está, servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor (Mt. 25.21; Lc. 19.17). Lembremos das sábias palavras do hino 93 da Harpa Cristã, sobre o trabalho do cristão: “Pode ser humilde, mas se for p’ra Deus. Ele é contemplado lá dos altos céus. E o esforço feito não será em vão. Se tiver de Cristo, plena aprovação!. O obreiro fiel diz como João Batista: importa que Ele, Jesus, cresça, e que eu, diminua (Jo 3.30)

BIBLIOGRAFIA
HORTON, S. I e II Coríntios. Rio de Janeiro: CPAD, 2003.
KRUSE, C. II Coríntios: introdução e comentário. São Paulo: Vida Nova, 1999.
Autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com
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