segunda-feira, 31 de maio de 2010

Subsídio da Lição 10 da Escola Dominical (Cpad)

O VALOR DA TEMPERANÇA
Texto Áureo: Ef. 5.18 - Leitura Bíblica em Classe: Jr. 35.1-5,8,18,19.



Objetivo: Ressaltar a relevância da temperança para a igreja cristã a fim de que seus membros não se conduzam pela concupiscência da carne.

INTRODUÇÃO
Os seres humanos vivem sob a esfera do desejo. Há quem diga que a forma de vencer a tentação é, ao invés de resistir, entregar-se. O ensinamento bíblico, no entanto, instrui à temperança. Na lição de hoje, a partir do exemplo dos recabitas, estudaremos sobre a importância da temperança. Ao final, enfatizaremos a relevância desse ensinamento e dessa prática na vivência da igreja cristã.

1. A ORIGEM DOS RECABITAS
O capítulo 35 de Jeremias relata o acontecimento do reinando de Jeoaquim. Nesse período, entre 599 e 597 a. C., Jeremias testa a fidelidade dos recabitas, uma comunidade religiosa, cujo fundador havia sido Jeonadabe ben Recabe (II Rs. 10.15-31), que participara ativamente da destruição da família de Acaba (por volta de 840 a. C.) e do massacre contra os profetas de Baal. Os recabitas eram queneus (Jz. 1.16; I Cr. 2.55), e provavelmente, habitavam como nômades no deserto (I Sm. 15.6). Nos tempos de Jeremias eles habitavam as montanhas de Judá. O modo de vida deles, conforme imposto pelo seu pai Jonadabe, proibia a habitação em casas ou fazendas e a produção e o consumo de vinho. Destacamos, porém, que esse estilo de vida não havia sido imposto por Deus, mas pelos antepassados. Se as práticas dos recabitas eram certas ou erradas não vem ao caso na lição de hoje. Nem mesmo a posição de Jeremias, ao incitá-los ao consumo de vinho, sendo esse um recurso didático, isto é, uma lição que o profeta pretendia dar ao povo de Israel, através do exemplo dos recabitas. Lição essa que pode muito bem ser aplicada aos cristãos, a fim de que esses exercitem a prática espiritual da temperança.

2. RECABITAS, UM EXEMPLO DE TEMPERANÇA.
Ainda que não fosse proibido o consumo de vinho entre os judeus na época de Jeremias, os recabitas, em obediência ao seus antecipados, não aceitaram a proposta do profeta: “Mas habitamos em tendas, e assim obedecemos e fazemos conforme tudo quanto nos ordenou Jonadabe, nosso pai” (Jr. 35.10). Os princípios desses homens foram reconhecidos e recompensados pelo Senhor, pois serviram de instrução para os habitantes de Judá daquele tempo (Jr. 35.18,19). Isso porque a atitude dos recabitas deveria servir de exemplo para os líderes de Judá. Se o mandamento de um homem, Jeonadabe, era respeitado e obedecido pela sua família, por mais de duzentos anos, porque o povo de Judá não fazia o mesmo em relação aos princípios do Altíssimo? Se as palavras de homens eram colocadas em tal patamar, por que não as palavras do Senhor, expressas pelos profetas repetidamente? A dedicação que determinadas pessoas têm pelas tradições familiares, e mesmo por suas religiosidades, devem servir de reflexão para os cristãos, a fim de que esses possam atentar para o valor da Eterna Palavra de Deus. Somente para ilustrar, no filme Carruagens de Fogo, baseado na história real do missionário escocês Eric Liddell, mostra uma cena na qual o jovem competidor cristão se indispõe a participar de uma corrida porque essa se realizará no dia do Senhor. O líder do seu país, ao invés de criticá-lo, o elogia pela firmeza em seus princípios. O principal desafio para os cristãos, em meio a uma sociedade sem princípios, é manter os ensinamentos da Escrituras, não apenas em palavras, mas, principalmente em ações.

3. O CRISTÃO E A TEMPERANÇA
A palavra “temperança”, também traduzida por autocontrole e domínio próprio, é enkrateia no grego do Novo Testamento. Em sua forma nominal – como substantivo – aparece três vezes, em Gl. 5.22 0 para designar um dos aspectos do fruto do Espírito; At. 24.25 – quando Paulo se dirigia ao governador Felix; e II Pe. 1.6 – compondo a lista uma das listas das virtudes cristãs. Em I Co. 9.25 Paulo usa essa palavra na forma verbal para referir-se à disciplina criteriosa dos atletas em treinamento. Do mesmo modo se refere o Apóstolo, em I Co. 7.9, para ressaltar a importância de o crente ter domínio sobre os desejos sexuais. Entre os filósofos gregos, Platão e Aristóteles, essa palavra fora utilizada para descrever o ascetismo, isto é, a abstinência dos desejos. Em Rm. 8.5-9 Paulo mostra o segredo da temperança. Para esse, em consonância com Ef. 5.18, a temperança é resultado de uma vida controlada pelo Espírito. O cristão controlado pelo Espírito, anda nEle e produz o Seu fruto (Gl. 5.22). É necessário destacar que não se trata de ascetismo, pois, já nos tempos de Paulo, havia quem pregasse a total abstenção da carne e do casamento (I Tm. 4.3,4). A temperança na vida do cristão deva ser apresentada através do equilíbrio no falar (Tg. 3.2), dos desejos sexuais (I Co. 7.9; I Ts. 4.3-8), no cotidiano (I Co. 6.12-20), no uso do tempo (Lc. 12.35-48; I Ts. 5.6-8)m no domínio da mente (Rm. 13.14; Fp. 4.8).

CONCLUSÃO
Jesus é o maior exemplo de temperança para o cristão. Pois ele, muito embora tenha sido tentado em tudo, não pecou (Hb. 4.15). Com base na experiência da tentação de Jesus, registrada em Lc. 4.1-13, podemos aprender, para o desenvolvimento da temperança, que é fundamental o contato contínuo com o Espírito Santo. A mente do cristão deva estar voltada para Deus, edificada pela Palavra do Senhor e pela oração, na prática de disciplina do domínio próprio.

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Subsídio da Lição 6 da Escola Dominical (Cpad)

A SOBERANIA E A AUTORIDADE DE DEUS
Texto Áureo: Rm. 9.21 - Leitura Bíblica em Classe: Jr.18.1-10.

Objetivo: Mostrar que Deus, em Sua soberania inquestionável, trata as Suas criaturas como bem lhe aprouve, portanto, devemos aprender a submetermo-nos à Sua perfeita, boa e agradável vontade.

INTRODUÇÃO
Na aula de hoje estudaremos a respeito da soberania e autoridade de Deus. Primeiramente, analisaremos a visita de Jeremias à casa do oleiro. Essa visita servirá de instrução para que entendamos a soberania e a vontade de Deus. Ao final, destacaremos a relevância de observamos a vontade de Deus, haja vista ser essa boa, perfeita e agradável.

1. NA CASA DO OLEIRO
No capítulo 18, Jeremias recebeu uma instrução do Senhor a partir do trabalho do oleiro no manejo da argila. Essa era uma profissão bastante comum no Oriente Médio, nos tempos do Profeta. Na condução do seu trabalho, o oleiro dispunha de um par de pedra que circulavam atadas num eixo vertical; a inferior era girada pelo pé do oleiro e isto fazia com que a de cima também girasse a argila que estava no meio e recebia sua forma pelas mãos, à medida que a roda girava. Certamente Jeremias deva ter passado na casa do oleiro muitas vezes, mas, nessa ocasião especial, o Senhor lhe daria um ensinamento. O Profeta observou que, com freqüência, surgiam defeitos, fossem eles de forma, tamanho ou firmeza. Quando isto ocorria, o oleiro fazia uma massa informe do pote que estava fazendo e recomeçava sua tarefa, a fim de transformar a matério num recipiente útil. Através daquele ato, Jeremias ficou abismado com a capacidade do oleiro controlar o barro. Sem desistir, ele trabalhava o material até moldá-lo conforme seu intento. O Profeta aprendeu que Deus também tem o controle sobre o seu povo e dirige os destinos de acordo com Seus Planos (Rm. 9.19,20; 11.34). O ensinamento que aprendemos através da visita de Jeremias à casa do oleiro é que Deus também não desiste de nós. Nenhum fracasso em nossas vidas pode ser fatal, ainda que soframos as conseqüências dos pecados. Homens de Deus falharam, tais como Abraão, Moisés, Davi, Jonas e Pedro, mesmo assim, o Senhor os transformou em vasos úteis para a Sua obra.

2. A SOBERANIA E AUTORIDADE DE DEUS
Deus está no comando de todas as coisas, pois sustenta todas elas pelo Seu poder. A Confissão de fé de Westminster diz que “Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho da sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece”. A Bíblia confirma esse ensinamento ao ensinar que nenhum dos Seus planos podem ser frustrados (Jo. 42.2), e que Ele pode fazer tudo o que Lhe agrada (Sl. 115.3; 135.6) e que ninguém é capaz de resistir à Sua mão (Dn. 4.35). Tudo se encontra debaixo do Seu comando, os reis da terra (Pv. 21.1; Ap. 19.16); os acontecimentos humanos (Dn. 2,7; 4.17; Is. 55.11), os anjos de Deus (Cl. 1.16; I Rs. 22; Jo. 1.6; 2.1; Ne. 9.6; Ap. 4.18), os anjos rebeldes (Ef. 1.21; Fp. 2.10; Is. 45.22,23; I Rs. 22.19-22), e o próprio Satanás (Jô. 1.6; 2.1; Ap. 20.2). Mas isso não dispensa a doutrina bíblica do livre-arbítrio, pois Deus, soberanamente, permite que o ser humano responda à Sua vontade. Quando a Bíblia trata a respeito da predestinação, aborda-a em seu sentido coletivo, tanto em relação à Israel quanto à igreja (Ef. 1.11-13). Deus pode chamar as pessoas individualmente para o ministério, mas, para a salvação, deixa que elas decidam se querem se arrepender e crer no Filho Unigênito (Lc. 13.3; Jo. 3.16-18; 6.29; 11.40; 12.36). Somente através da fé o ser humano pode experimentar a salvação providenciada por Deus (At. 16.31; 17.30; 20.21), e essa fé, ao contrário do que afirma alguns teólogos, é nossa e não de Deus (Hb. 11.6; Rm. 3.22; 4.11,24; 10.9,14; I Co. 1.21; Gl. 3.22; Ef. 1.16; I Ts. 1.7; 4.14; I Tm. 1.16; Lc. 7.50; Rm. 4.5; Mt. 9.2).

3. SUBMETENDO-SE À VONTADE DE DEUS
Cabe ao ser humano, pela fé, responder à vontade de Deus. Por isso, Paulo, em Rm. 12.1,2, diz: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus”. Em consonância com essa passagem, devemos lembrar que, “todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Rm. 8.28). A realização da vontade de Deus na vida do cristão, portanto, não é simplesmente uma imposição religiosa. Ela é boa, agradável e perfeita, não apenas para Deus, mas também para aquele que a observa. Por isso, há circunstância que não entendemos os propósitos de Deus, já que os pensamentos dEle nem sempre são os nossos pensamentos (Is. 55.7-9). Por essa razão, conforme instruiu Paulo aos crentes de Roma, temos a convicção que Deus está no comando de todas as coisas, mesmo aquelas que fogem de toda e qualquer compreensão. Ele está trabalhando na vida daqueles que responderam ao sacrifício de Cristo pela fé. Seu propósito maior é moldar nosso caráter a fim de que alcancemos o padrão para o qual Ele nos escolheu. Portanto, “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo” (Fp. 1.6). Que o Sábio Oleiro trabalhe em nosso caráter, ainda que, para isso, tenhamos que passar por adversidades. Alegra-nos saber que Ele, em todas as circunstâncias, está conosco, e principalmente, não desistiu de cada um de nós.

CONCLUSÃO
Deus é soberano, Ele pode tudo, e sabe o que faz. As limitações humanas não são capazes de abarcar a grandeza de Deus. Mas esse Deus grandioso, soberanamente, quer se relacionar com os seres humanos. Para tanto, deu-nos o livre-arbítrio a fim de que encolhêssemos, entre segui-lo ou rejeitá-lo. Todos aqueles que se dobram perante a vontade de Deus descobrem, surpreendentemente, que esse é o melhor lugar para permanecer. A vontade de Deus, mesmo quando incompreendida, é sempre boa, agradável e perfeita.

BIBLIOGRAFIA
HARRISON, R. K. Jeremias e Lamentações. São Paulo: Vida Nova, 1980.
LONGMAN III, T. Jeremiah & Lamentations. Peabody, Mass: Hendrickson, 2008.

Autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com
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