quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Subsídio da Lição 13 da Ebd (Missão Integral)


A PLENITUDE DO REINO DE DEUS
Texto Áureo: Is. 11.1 – Leitura Bíblica: Is. 11.1-9


Objetivo: Mostrar aos alunos que na consumação de todas as coisas Deus estabelecerá plenamente o Seu Reino e o entregará como herança aos que tiverem recebido a Jesus Cristo como o seu Salvador.

INTRODUÇÃO
Conforme temos estudado ao longo deste trimestre, o Reino de Deus é estabelecido a partir da tensão entre o “já” e o “ainda não”. Isso quer dizer que experimentamos já a realidade do Reino, mas que esse somente será pleno no futuro. Na lição de hoje destacaremos alguns aspectos escatológicos – que dizem respeito às últimas coisas – do Reino. Primeiramente discorreremos sobre o arrebatamento, a bendita esperança da Igreja. Em seguida, a implantação do Reino Milenal de Cristo. E por fim, a eternidade, a consumação final que se estabelecerá para sempre.

1. ARREBATAMENTO, A ESPERANÇA DA IGREJA
O arrebatamento é apresentado no Novo Testamento como um “translado” (I Co. 15.51-52; I Ts. 4.15-17) no qual Cristo virá para a sua Igreja. A vinda de Cristo, propriamente dita, com seus santos. Paulo trata do arrebatamento como um “mistério” (I Co. 15.51-54), isto é, uma verdade não revelada até seu desvendamento pelos apóstolos (Cl. 1.26), sendo assim, um evento em separado. O ensinamento bíblico é o de que Cristo pode voltar a qualquer momento para arrebatar a sua igreja, sem sinais ou advertências prévias. É isso que significa iminência, um acontecimento que pode acontecer repentinamente (I Co. 1.7; 16.22; Fp. 3.20; 4.5; I Ts. 1.10; 4.15-18; I Ts. 5.6; I Tm. 6.14; Tt. 2.13; Hb. 9.28; Tg. 5.7-9; I Pe. 1.13; Jd. 21; Ap. 3.11; 22.7,12,20; 22.17,20). Todas essas passagens mostram que não haverá sinais específicos antes do arrebatamento da igreja. Os sinais de Mt. 24 não são para a igreja, mas para os santos da Tribulação, e como bem sabemos, nenhuma passagem da Tribulação se refere à igreja, mas a Israel (Dt. 4.29,30; Jr. 30.4-11; Dn. 8.24-27; 12.1,2). Se existe algum sinal para a igreja, que precede ao arrebatamento, esses se encontram em I Tm. 4.1 e II Tm. 3.1. A Igreja é instruída a amar a volta de Cristo, como uma noiva que aguarda o seu amado para o casamento (I Pe. 1.8). Esse momento de expectativa deva ser caracterizado não por ansiedade, sequer devemos atrever-nos a marcar dia ou hora, mas a buscar uma vida pura, em santidade, agradando Àquele que nos salvou (I Jo. 3.2-3; II Pe. 3.11-15).

2. O MILÊNIO E A PLENITUDE DO REINO DE DEUS
O Milênio será estabelecido por quando Cristo voltar em glória (Is. 60.20; 61.2; Ez. 21.27; Dn. 7.22) e terá a duração de mil anos (Ap. 20.6). Esse será o período da manifestação plena da gloria de Jesus Cristo (Is. 9.6; Sl. 45.4; Is. 11.4; Sl. 2.9; 72.4). Por ocasião do Milênio se cumprirão as promessas da aliança de Deus com Abraão a respeito da terra e da descendência (Is. 10.21,22; 19.25; 43;1; 65.8,9; Jr. 30.22; 32.38; Ez. 34.24,30,31; Ma. 7.19,20; Zc. 13.9; Ml. 3.16-18). Também se cumprirão às promessas da aliança com Davi (Is. 11.1,2; 55.3,11; Jr. 23.5-8; 33.20-26; Ez. 34.23-25; 37.23,24; Os. 3.5; Mq. 4.7,8). Durante o Milênio Satanás estará preso (Ap; 20.1-3, aquele que é o Deus desta era (II Co. 4.4). Finalmente, durante o Milênio as pessoas experimentarão a manifestação da justiça (Is. 11.5; 32.1; Jr. 23.3; Dn. 9.24). Cristo será a figura central no Reino Milenal, como o Renovo (Is. 4.2; 11.1; Jr. 23.5; Zc. 3.8,9), o Senhor dos Exércitos (Is. 24.23; 44.6), o Senhor (Mq. 4.7; Zc. 14.9), o tronco de Jessé (Is. 11.1,11), o filho do homem (Dn. 7.13). Esse será um período de jurisprudência gloriosa, no qual Jesus anunciará a vontade e alei de Deus (Dt. 18.18,19; Is. 33.21,22; At. 3.22; Is. 2.3; 42.4). O Reino Milenial de Cristo será caracterizado: 1) pela justiça (Mt. 25.37; Is. 60.21; Ml. 4.2; Sl. 110.4; Hb. 7.2); 2) pela obediência (Ef. 1.9,10; Sl. 22.27,28; Ml. 1.11); 3) pela santidade (Is. 6.13; 35.8-10); 4) pela verdade (Is. 42.3; Jr. 33.6); e 5) pela plenitude do Espírito (Jl. 2.28,29; Ez. 37.14; Is. 32.15; 44.3). Essa será uma época de plenitude do Reino, no qual haverá paz (Is. 2.4), alegria (Is. 9.3,4), santidade (Is. 1.26,27), glória (Is. 24.23), consolo (Is. 12.1,2), justiça (Is. 11.5), conhecimento pleno (Is. 11.1,2,9), instrução (Is. 2.2,3), sem maldição (Is. 11.6-9), sem doença (Is. 33.24), de proteção (Is. 41.8-14), de liberdade (Is. 14.3-6), de reprodução (Jr. 30.20), de trabalho (Is. 62.8,9), de prosperidade econômica (Is. 4.1) e de adoração (Is. 45.23).

3. ETERNIDADE E A CONSUMAÇÃO FINAL DO REINO
A terra nos foi dada pelo Senhor para que dela fôssemos mordomos, por isso, enquanto aqui estivermos, precisamos tratá-la com carinho, pois esses princípios foram deixados por Deus para Israel e que podem ser aplicados aos dias de hoje (Ex. 23.11,29; Lv. 25.5; II Cr. 36.21; Sl. 104.13,14,30). Ao mesmo tempo, não podemos esquecer que essa terra, no devido tempo estabelecido por Deus, passará (II Pe. 3.10). Quando isso acontecer, o Senhor nos proverá uma nova terra, a Nova Jerusalém celestial (Hb. 12.22; Ap. 21.1,2), edificada por Deus e prometida aos santos (Hb. 11.16; 12.22) e testemunhada por aqueles que adentraram ao Milênio (Ap. 13.6). Essa será uma espécie de cidade satélite de onde o Rei, Jesus, governará com os santos (Ap. 21.1-3) que foram ressuscitados e/ou arrebatados (I Ts. 4.16,17). O céu é um lugar de bênçãos sem igual, pois lá não haverá lágrimas (Ap. 21.4), nem morte (Ap. 21.4), e muito menos sofrimento (Ap. 21.4). O escritor sacro nos diz que ali também não haverá noite (Ap. 21.23-25) nem imoralidade, rebelião e violência (Ap. 21.27). A maldição do pecado, por fim, perderá o seu poder (Ap. 22.3). No céu se dará a plenitude do relacionamento com Deus em Cristo, pois lá nós O conheceremos perfeitamente (Ap. 21.3; 22.4), O adoraremos e O serviremos (Ap. 22.3), não havendo, portanto, necessidade de templos (Ap. 21.22). Como se tudo isso já não fosse o bastante, ainda teremos o privilégio de reinar com Cristo (Ap. 22.5).

CONCLUSÃO
Concluímos este trimestre com uma mensagem de esperança. Na verdade, o Reino de Deus traz esperança para os desalentados. A morte não é o fim, pois aguardamos o arrebatamento iminente da Igreja. Para aqueles que já se foram, resta a certeza da ressurreição (I Ts. 4.13-17). Conforme instrui Paulo aos crentes de Tessalônica, essa é uma verdade confortadora. Na glorificação do Corpo e no estabelecimento do Milênio, a igreja verá a plenitude do Reino de Deus, o qual já experimentamos, ainda que em parte. Louvamos a Deus pelas lições deste trimestre, pela percepção integral de Reino que o Senhor nos possibilitou por meio desses estudos.

BIBLIOGRAFIA
PENTECOST, J .D. Manual de Escatologia. São Paulo: Vida, 2002.
SILVA, A. G. O calendário da profecia. Rio de Janeiro: CPAD, 1996.

Autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

sábado, 17 de setembro de 2011

Subídio de lição 12 da EBD (Missão Integral)

A INTEGRIDADE DA DOUTRINA CRISTÃ
Texto Áureo: II Tm. 3.16,17 – Leitura Bíblica: II Tm. 3.14-17; Tt. 2.1,7,10

Objetivo: Ressaltar a relevância da integridade da doutrina cristã para a maturidade da igreja.

INTRODUÇÃO
Ao longo da sua história, a igreja sofreu ataques de todos os lados, tanto de fora quanto de dentro. Em I Tm. 4.1, Paulo admoesta a Timóteo em relação às doutrinas que se proliferariam nos últimos dias. Em II Tm. 3.1-14, o mesmo apóstolo lista as implicações práticas das doutrinas enganadoras, difundidas por aqueles que não têm compromisso com as verdades cristãs. O antídoto contra as falsas doutrinas é apresentado em II Tm. 3.15-17, o conhecimento e a prática da doutrina verdadeira. Ciente dessa realidade evidente na atualidade, estudaremos, na lição de hoje, a respeito da relevância da doutrina cristã na igreja.

1. DEFININDO DOUTRINA CRISTÃ
O termo doutrina – didachê em grego – significa, basicamente, ensino e instrução. Os ensinamentos de Cristo, em Mt. 7.28; 22.23; Mc. 1.22,27; 4.2; 12.38; Jo. 7.16; 18.19, podem ser denominados de doutrina, mais especificamente doutrina de Cristo, e, por essa característica, de doutrina cristã (At. 13.12; II Jo. 9). A necessidade de uma sã doutrina, baseada nos ensinamentos dos apóstolos, é destacada por Paulo em I Tm. 1.10; 4.6,13; 5.17; 6.1. A relevância do ensinamento é apontada ainda em Rm. 6.17; 16.17; Tt. 1.9; II Tm. 4.2; II Jo. 10. O autor da Epístola aos hebreus utiliza a palavra grega logos – palavra – em Hb. 6.1 – para se referir à doutrina em relação ao ensinamento fundamental de Cristo. A palavra portuguesa – doutrina – vem do verbo latino docere, que significa “ensinar”. Há igreja, por natureza, tem uma função educativa, o próprio Jesus nos instrui para que aprendamos dEle (Mt. 11.29). Jesus destacou a relevância do ensino na Grande Comissão, na tarefa de fazer discípulos (Mt. 28.20). Dentre os dons ministeriais, Paulo elenca o do ensino, reconhecendo que os mestres são dádivas divinas (Ef. 4.11), e a necessidade de que haja na igreja pessoas idôneas na Palavra, a fim de passar os ensinamentos de Cristo às gerações seguintes (II Tm. 2.2). O ensinamento na igreja é um dom espiritual, mas carece de esmero, ou seja, dedicação (Rm. 12.7), portanto, aqueles que atuam nessa área devam investir no conhecimento das Escrituras. Paulo é um exemplo de mestre na doutrina cristã. Ele diz não ter se negado a ensinar aos crentes da igreja (At. 20.20). Jesus foi um Mestre por excelência, pois Ele ensinava com autoridade (Mt. 7.28,29), por isso seus discípulos O chamavam de Rabi (Mt. 26.25,49; Mc. 9.5; 11.21; Jo. 1.38,49; 4.31), bem como outras pessoas (Jo. 3.2; 6.25). O próprio Jesus referiu a si mesmo como Mestre em Mt. 23.8 e Jo. 13.13. Por isso, uma igreja que é cristã, precisa estar disposta a ouvir os ensinamentos de Jesus, conforme expostos no Evangelho.

2. O PERIGO DAS FALSAS DOUTRINAS
A importância do ensinamento cristão se dá, entre outros motivos, em resposta aos falsos ensinamentos que se propagam no seio da igreja, os evangelhos diferentes (II Co. 11.4). O Senhor Jesus destacou os perigos dos falsos ensinamentos, que resultaria no engano de muitos, até mesmo dos eleitos (Mt. 7.15-20). Seguindo as instruções bíblicas, devemos ter cuidado para não nos tornarmos presa fácil das falsas doutrinas. Para tanto, precisamos julgar os espíritos, pois existem muitos que não provêem de Deus (I Jo. 4.1). Em sua Epístola aos Gálatas, Paulo repreende os crentes por terem deixado a sã doutrina e seguirem um outro evangelho (Fl. 1.7-9), e destaca o fruto do Espírito, como a característica central para identificar se alguém, de fato, professava a genuína fé (Gl. 5.22,23). Além desses critérios, existem outros fundamentados na Bíblia: 1) reverência e humildade, em oposição à arrogância e grosseria (II Co. 10.18); 2) amabilidade ou imposições (II Tm. 2.24-26); 3) desrespeito às autoridades, inclusive o Senhor, governo e pais (II Pe. 2.10-12; Jd. 8-10); 4) falta de respeito e amor em relação à liderança cristã (I Co. 3.1-9); 5) ao invés de fomentarem o amadurecimento espiritual criam dependência (At. 17.11; Ef. 4.11-16); 6) exploração financeira dos fiéis (I Pe. 5.2; II Pe. 2.3); 7) falta de observância aos padrões divinos de sexualidade (II Pe. 2.14); 8) falta de compromisso com a Palavra de Deus, querem agradar aos ouvintes, por isso falam o essas querem, não o que está escrito (II Tm. 4.3,4); 9) sobrecarregam os fiéis a fim de satisfazerem interesses próprios (Fp. 2.3,4); 10) centralizam a atenção em si mesmos, ao invés de focarem Jesus Cristo (At. 20.28-31; III Jo. 9,10); 11) colocam-se sempre acima das pessoas, como celebridades, não se consideram irmãos (Mt. 23.8-12); e 12) incitam o culto à personalidade, pessoas são supervalorizadas (Gl. 2.11-21). Esses critérios bíblicos são fundamentais para a identificação de grupos doutrinários e doutrinas que não correspondem à Palavra de Deus.

3. A DOUTRINA CRISTÃ NA IGREJA
O antídoto contra os falsos ensinamentos na igreja é o investimento no doutrina, no ensinamento bíblico, como orientou Paulo a Timóteo (II Tm. 3.15-17). A igreja cristã deve priorizar o ensinamento bíblico. Infelizmente, ao invés de incentivarem os crentes a participar da Escola Dominical, muitos líderes promovem movimentos sensacionalistas. As escolas bíblicas, outrora uma realidade nas igrejas, devem ser resgatadas, com duração suficiente para que ocorra aprendizado efetivo. Os institutos bíblicos não devem ser censurados, principalmente quando esses servirem de aliados para a formação doutrinária da igreja, e cujo fim seja a aplicação dos conhecimentos ali adquiridos para a edificação do Corpo de Cristo. Os cultos de instrução e ensino devam ter primazia, considerando que é nesse serviço que o pastor tem a oportunidade de expor doutrinas e o texto bíblico. Os líderes da igreja também precisam desenvolver um ensino sistemático, destacando as doutrinas basilares da fé cristã, e também expondo inteiramente livros da Bíblia. Enquanto agência de ensinamento cristão, a Escola Bíblica Dominical tem contribuído ao longo da história da igreja, na verdade, muitos obreiros foram formados nas aulas da EBD. A arquitetura eclesiástica deve, inclusive, investir na expansão da EBD. Um líder que se preocupa com o ensinamento da Palavra na igreja, busca identificar e separar para o ministério do ensino pessoas comprometidas com e dedicadas a esse ministério. Se possível, constroem salas de aulas na igreja e as aparelham com recursos multimídia a fim de que alunos e professores possam tirar maior proveito do ensino-aprendizagem durante as aulas. Os crentes que frequentam a EBD, escolas bíblicas, institutos bíblicos e cultos de instrução não se deixam levar por qualquer vento de doutrina, pois estão alicerçados Rocha, a Palavra de Deus (Mt. 7.24,25).

CONCLUSÃO
Integridade, de acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, tem a ver com inteireza e pureza. Uma igreja que se pauta pela doutrina cristã está alicerçada no próprio Cristo. Desde o princípio, Satanás quis subverter a Palavra de Deus (Gn. 3.1-5). Para que a igreja tenha saúde espiritual, essa, como Jesus, ao ser tentado (Mt. 4) deva se pautar pela Palavra de Deus. Para que a igreja seja contracultura na sociedade essa deva expor e viver em conformidade com as palavras de Cristo em piedade (I Tm. 6.1-3), conhecendo não apenas os princípios doutrinários, mas também dando o exemplo (II Tm. 3.10). Essa é uma necessidade urgente, considerando que já testemunhamos os tempos a respeito dos quais Paulo advertiu a Timóteo, em que muitos não querem mais dar ouvidos à sã doutrina, preferem amontoarem para eles mestres conforme seus desejos desenfreados (II Tm. 4.2,3).

BIBLIOGRAFIA
GANGEL, K. O., HENDRICKS, H. G. Manual de ensino para o educador cristão. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
LEBAR, L. E. Educação que é cristã. Rio de Janeiro: CPAD, 2009.

Autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Subsídio da Lição 11 da EBD (Missão Integral)

A INFLUÊNCIA CULTURAL DA IGREJA
Texto Áureo: Gn. 1.28 – Leitura Bíblica: Gn. 1.26-30


Objetivo: Refletir com os alunos sobre a influência que a igreja pode ter sobre a sociedade.

INTRODUÇÃO
Conforme já estudamos em lição anterior, a Igreja tem dupla responsabilidade, outorgada por Cristo, o Rei, para a sociedade. A primeira delas e a Grande Comissão, isto é, indo por todo o mundo, para fazer discípulos (Mt. 29.19,20). A segunda, e não menos importante, e, de certo modo, atrelada àquela, a de transformar a cultura. Na lição de hoje, estudaremos a respeito da cultura, definindo-a, a princípio, em seguida, destacaremos exemplos bíblicos de influência cultural. Ao final, passaremos a discorrer sobre alguns cristãos que influenciaram culturalmente na sociedade.

1. CULTURA, DEFINIÇÕES
Existem diversas definições de cultura, destacamos algumas delas a seguir: “um empreendimento coletivo, segundo o qual os homens conseguem estabelecer um estilo de vida distinto, com base em valores comuns” (R. N. Champlin); “Aquele todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, artes, princípios morais, leis, costumes e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelos homens, como membros da sociedade” (E. B. Tylor). O cristianismo, por sua vez, reconhece a existência da cultura enquanto produção humana, mas esta precisa ser avaliada a partir dos princípios bíblicos. Por isso, sempre coube a Igreja, ao longo da sua história, a tarefa de apontar para o alto, ressaltando as virtudes de Cristo. Por isso, conforme orienta o autor da Epístola aos Hebreus (11.6), os valores terrenos devem ser sombras daquele país celestial. Diante dessa realidade, a Igreja precisa estar ciente do seu papel social, e, principalmente, da necessidade de capacitar-se para responder aos anseios da cultura moderna. O ponto de partida para analise cultural é a realidade da Queda, que, conforme registrada no capítulo 3 do Gênesis, trouxe implicações imediatas para o ser humano. Antes da Queda o ser humano tinha a capacidade para administrar a criação para a glória de Deus (Gn. 1.28-30), mas depois desta, sua tendência passou a ser o egoísmo, a busca pelos interesses, e, como vemos atualmente, a destruição da criação, que geme a espera da redenção (Rm. 8.19-23). A destruição da criação, no entanto, não é o único mal causado pela Queda. Quando avaliamos a sociedade, à luz dos valores cristãos, constatamos a prevalência da cultura da morte e da ganância.

2. A INFLUÊNCIA CULTURAL, EXEMPLOS BÍBLICOS
A Bíblia está repleta de exemplos de pessoas que não se deixaram levar pelos valores da cultura mundana. Não podemos esquecer que este mundo jaz no Maligno (I Jo. 5.19), por isso, o Reino de Deus, conforme respondeu Jesus a Pilatos, não é deste mundo (Jo. 18.36). Ao mesmo tempo, também precisamos estar cientes que precisamos agir como sal da terra e luz do mundo (Mt. 5.13,14), ao mesmo tempo em que não nos conformamos com ele (Rm. 12.1,2). No Antigo Testamento encontramos o relato exemplar de Daniel diante da cultura babilônica. Daniel, o jovem hebreu levado para o cativeiro, estava imerso em uma cultura distinta dos princípios divinos. Mesmo assim, ele propôs em seu coração não se contaminar com as iguarias do rei, isto é, não fazer concessões quanto a sua fé (Dn. 1.8; 6.6-10). No livro de Daniel também se encontra o registro de fé de Sadraque, Mesaque e Abedenego, corajosos homens de Deus que foram salvos da fornalha por testemunharem da soberania de Deus, e não se dobrarem diante da estátua erguida pelo Rei (Dn. 3). Mordacai, juntamente com a rainha Ester, servem de exemplo para todos aqueles que não fazem concessões em relação aos valores do Reino de Deus. Os profetas de Deus, tanto aqueles apresentados nos livros históricos, quanto os literários, autores de livro bíblicos, foram contundentes em suas denuncias do status quo, ou seja, da cultura humana distanciada dos padrões eternos de Deus. Por causa disso, os profetas bíblicos eram impopulares, eles se opunham ao que a maioria defendia, se fosse hoje, diríamos que eles não estariam preocupados com o Ibope, com a popularidade, mas, como declarou Pedro diante das autoridades romanas e judaicas, o alvo deva ser obedecer a Deus, e não aos homens, quando esses se voltarem contra a Palavra de Deus (At. 5.29).

3. CRISTÃOS QUE INFLUENCIARAM A CULTURA
Os críticos da fé cristã geralmente procuram defeitos na história para denegrir a imagem da Igreja. Não devemos fechar os olhos para atitudes que de fato não orgulham a fé, dentre elas, a Inquisição, tanto a Católica quanto a Protestante. Mas para fazer justiça, é preciso reconhecer o legado cultural da Igreja para a sociedade. Na política, destacamos o exemplo de homens como William Wiberforce, um parlamentar britânico, que lutou intensamente para que a sociedade percebesse a opressão causada pela escravidão. Martin Luther King Jr. tornou-se uma figura respeitável em virtude da sua oposição ao preconceito racial nos Estados Unidos. Na música, Sebastian Bach, impressiona até mesmo os descrentes pela genialidade nas suas composições, as quais assinava com o seguinte acréscimo Soli Deo Gloria (Gloria somente a Deus). Na literatura e apologética, C. S. Lewis, um ex-ateu, contribuiu para difundir e defender os pressupostos da fé cristã. Em seu livro Cristianismo Puro e Simples, resultante de conferências radiofônicas, expôs com maestria os fundamentos doutrinários cristãos. Suas obras literárias, com destaque para As Crônicas de Nárnia, atraem a atenção do público em geral, em seu bojo se encontram verdades eternas, extraídas das páginas do evangelho. Tostoi e Dostoivski, os dois gigantes da literatura russa, seguidores fervorosos de Cristo, inseriram em suas obras temáticas cristãs, o primeiro, por exemplo, em Guerra e Paz, e último, em Crime e Castigo. O cinema também tem servido para influenciar a sociedade a partir dos valores cristãos. As obras de autores cristãos, como o próprio C. S. Lewis, estão sendo adaptadas para a tela. Esses são apenas alguns dos muitos exemplos de pessoas que influenciaram a sociedade a partir dos valores bíblicos que defendiam. Mas existem milhares de outros, heróis anônimos, igrejas que se sacrificam e levam, com amor, o evangelho de Cristo, atraindo a comunidade na qual estão inseridas, sendo luzeiros no mundo.

CONCLUSÃO
A Igreja de Jesus Cristo foi chamada para influenciar, não para ficar debaixo de um alqueire. Para tanto, deva sair de dentro das quatro paredes e ir para a sociedade, levando o evangelho, as boas novas de salvação. Ela precisa denunciar o pecado, ser uma voz que expõe os princípios bíblicos. Mas precisa investir também na transformação cultural, atuando nas várias frentes. Os políticos precisam ser coerentes com os valores cristãos. Os músicos comporem hinos e canções que glorifiquem a Deus e enobreçam o ser humano. Os escritores devem usar a criatividade para expor valores do Reino. Existem diversas maneiras de a Igreja influenciar a sociedade, não apenas fazendo coisas grandes, mas também com pequenos gestos, que, com zelo doutrinário e amor sacrificial, conduzirão muitos a Cristo.

BIBLIOGRAFIA
COLSON, C., PEARCEU, N. E agora como viveremos? Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
COLSON, C., PEARCEY, N. O cristão na cultura de hoje. Rio de Janeiro: CPAD, 2006.

Autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
Fonte: http://www.subsidioebd.blogspot.com/
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