domingo, 5 de dezembro de 2010

Subsídio da Lição 10 da Escola Dominical (Cpad)

O MINISTÉRIO DA INTERCESSÃO
Texto Áureo: Ef. 6.18 – Leitura Bíblica: Gn. 18.23-29,32,33


Objetivo: Ensinar os alunos a exercerem, através de Cristo, impulsionados e capacitados pelo Espírito Santo, o ministério da intercessão.

INTRODUÇÃO
Por quem devemos orar? Em uma sociedade individualista, existe uma tendência das pessoas orarem apenas por si próprias. Na lição de hoje abordaremos o sublime ministério da intercessão. Inicialmente, destacaremos a relevância desse ministério, em seguida, trataremos a respeito da intercessão no Antigo e no Novo Testamento.

1. INTERCESSÃO, UM MINISTÉRIO
A definição dicionarizada de intercessão diz que “se trata do ato de rogar, suplicar, pedir por outrem”. O verbo interceder tem importância crucial no ministério (serviço) cristão, isso porque não fomos chamados apenas para nos importar conosco, mas também a lembrarmo-nos dos outros, tanto em oração quanto em ação. A palavra de Deus nos orienta a se alegrar com os que se alegram, mas a também chorar com os que choram (Rm. 12.15). E isso se aplica as diversas dimensões da vida cristã, precisamos ser solidários com as necessidades dos irmãos, todos, mas principalmente para com os domésticos da fé (Gl. 6.10). A igreja moderna, como resultado do individualismo, deixou de praticar a comunhão, que não devam se restringir apenas as horas do culto. Os círculos de oração surgiram com o propósito de integrar irmãos e irmãs em propósitos conjuntos de intercessão. Devemos lembrar o que Jesus disse a respeito da sua presença entre aqueles que estivessem reunidos (Mt. 18.20), isso inclui também a intercessão na oração. A intercessão deva levar em conta a dimensão integral da vida do cristão, oração e ação. Há momentos em que podemos tão somente orar, mas não devemos desconsiderar as situações nas quais é possível agir. Deus pode estar querendo que nós não apenas oremos pelo irmão ou irmã necessitada, mas que também sejamos capazes de tomar alguma atitude.

2. A INTERCESSÃO NO ANTIGO TESTAMENTO
A palavra intercessão, em hebraico, é palal e ocorre cerca de oitenta vezes, cujo sentido geral é “orar”, mas em aproximadamente cinqüenta vezes, essa palavra parece no sentido de “interceder”. Exemplos desse tipo de oração é a intercessão de Moisés pelo povo de Israel (Nm. 11.21; 21.7; Dt. 9.20). Em I Sm. 2.25 é posta a questão: “Pecando homem contra homem, os juízes o julgarão; pecando, porém, o homem contra o Senhor, quem rogará por ele? Mas não ouviram a voz de seu pai, porque o Senhor os queria matar”. Samuel é justamente um modelo exemplar de alguém que intercede pelo povo de Deus (I Sm. 7.5; 12.19,23); e Salomão na ocasião em que o templo foi dedicado ao Senhor (I Rs. 8.22ss). Daniel orou pelo povo que se encontrava no cativeiro babilônico (Dn. 9.4,20) e Esdras também intercedeu pelos judeus após o retorno deste (Ed. 10.1ss). Mas há uma ocasião específica na qual Deus orienta Jeremias a não interceder, isso em decorrência do pecado premeditado dos judeus (Jr. 7.16; 11.14; 14.11). Há outros casos de intercessão no Antigo Testamento, entre eles destacamos: I Rs. 13.6; II Rs. 4.33; II Cr. 30.18; Jr. 37.3; Jó. 42.8ss). Conforme depreendemos desses textos, a prática da intercessão era comum na religiosidade judaica. Esses exemplos veterotestamentários são suficientes a fim de estimular os crentes da atualidade a intercederem pelo próximo.

3. A INTERCESSÃO NO NOVO TESTAMENTO
No Novo Testamento, interceder é entynchanõ em grego e significa “fazer uma petição por outra pessoa”. O uso desse termo também tem um caráter político, haja vista que o povo judeu intercedeu a Festus que interviesse contras as atividades evangelísticas de Paulo (At. 25.24). No plano espiritual, a intercessão, grosso modo, é uma atuação do Espírito Santo que faz com que nossas necessidades sejam conhecidas perante Deus (Rm. 8.27). Jesus também tem atuação direta na intercessão, pois Ele é o Sumo Sacerdote que serve de Mediador entre Deus e os homens no céu (Rm. 8.34; Hb. 7.25). Outra palavra grega, que se refere à intercessão, é hyperentynchanõ, uma variação de entunchanõ, que ocorre apenas em Rm. 8.26 que se refere à intercessão do Espírito de Deus pelo povo quando esse tem dificuldade para orar em tempos de aflição. O vocábulo enteuxis é um substantivo raro, que pode ser encontrado em I Tm. 2.1, e admoesta Timóteo, enquanto líder, a orar por todas as pessoas, fazendo intercessão por elas perante Deus. Em I Tm. 4.5, euteuxis se refere à consagração dos pedidos a Deus através da oração. Em regra geral, a igreja é instruída a interceder uns pelos outros (Tg. 5.16; Ef. 6.18). Na verdade, essa deva ser uma prática comum, a intercessão e a ação em prol dos irmãos necessitados (At. 12.5; 13.3). Não esqueçamos que é dever de todo crente orar uns pelos outros (I Jo. 5.16; I Tm. 2.1,8). O exercício do ministério da intercessão demonstra atitude de perseverança (Mt. 15.22-28), altruísmo (Rm. 9.3) e empatia (Rm. 12.15).

CONCLUSÃO
A igreja cristã precisa redescobrir o valor da intercessão. Não esqueçamos de orar uns pelos outros. Quanto mais exercitamos o ministério da intercessão, mais demonstramos que somos capazes de pensar mais nos irmãos necessitados e menos em nós mesmos. Se quando oramos exercitamos a piedade, multiplicamos essa prática em poder se o fizermos também com súplicas. Em dias de tanto egoísmo, marcados pelo individualismo, o desafio do cristão é o de focar em direção ao outro, sentir as suas dores, interceder (e agir) por ele.

BIBLIOGRAFIA
BRANDT, R. L; BICKET, Z. J. Teologia bíblica da oração. Rio de Janeiro: CPAD, 2007.
SOUZA, E. A. Guia básico da oração. Rio de Janeiro: CPAD, 2002.
Autor: Pb. José Roberto A. Barbosa
Fonte: www.subsidioebd.blogspot.com

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